sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tropa Pernambucana ruma a Porto Príncipe

O Comando Militar do Nordeste (CMNE) começou, ontem à tarde, a enviar para o Haiti os primeiros 129 militares de todo o país - sendo 67 deles pernambucanos - que integram o 14º contingente brasileiro que tenta resgatar a estabilidade política e social do país caribenho. São 94 militares do exército e 35 fuzileiros navais de 80 quartéis de todo o Brasil. Os combatentes viajaram para Porto Príncipe, capital do país, onde permanecerão até o dia 20 de julho, totalizando seis meses de atividades. Eles partiram da Base Aérea do Recife, no Jordão, a bordo do boeing KC 137, e a previsão é que o desembarque aconteça às 12h de hoje. Até 15 de fevereiro, outros 1.013 militares brasileiros partirão para Porto Príncipe. No total, são 775 militares do exército, 212 da Marinha e 29 da Força Aérea do Brasil. Ontem, junto a parentes, eles participaram de uma solenidade de despedida. 

O batalhão assumirá a sua zona de ação em 15 de fevereiro. Esse contingente, o terceiro do Nordeste, é formado por militares do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Salvador, Paulo Afonso, Feira de Santana, Fortaleza, Petrolina, Garanhuns, João Pessoa, Bayeux, Maceió e Aracaju. Um oficial da Bolívia e um pelotão do Paraguai, formado por 31 combatentes, também embarcaram. Neste grupo, as mulheres são representadas por quatro militares, duas intérpretes, uma médica e uma dentista.

Um dos militares que embarcou ontem foi o coronel pernambucano Eduardo Rodrigues Schneider, 48 anos, que participou da missão de reconhecimento ao país, em outubro de 2010. ´Estou tranquilo. Somos militares`, comentou o combatente, que também é subcomandante desse contingente brasileiro. Schneider, que estava acompanhado pela esposa e familiares, é um veterano em missões internacionais. Na década de 1990 esteve na França e na Angola e, em 2004, visitou o Paraguai. 

Entre os parentes, lágrimas como as de Vanessa Silva, 28 anos, que chorava pelo embarque do irmão, o cabo Wilson Silva do Carmo, do 4º Batalhão de Polícia do Exército, na rodovia federal BR-232. ´O coração fica apertado. A gente fica com medo de algum combate mais intenso. É muito longe. Pedimos a Deus para que eles fiquem em segurança. Mas eles vão ficar bem`, desabafou. O sentimento de Vanessa é compartilhado pela mãe dela, Maria das Neves, 49 anos. ´Não fico com medo. Fico angustiada, mas estou confiante. É um dever dele como cidadão`. Wilson Silva é a primeira pessoa da família a embarcar em uma viagem para países estrangeiros.

Treinamento
´Todos estão preparados. Participaram de treinamento em duas fases`, explicou o coronel Willian Georges Abrahão, que comandará os dois batalhões do Brasil no Haiti. Foram seis meses de treinos, nos quais os militares tiveram aulas sobre cultura haitiana e progressão em área urbana, simulando situações de risco real da capital Porto Príncipe. Além do preparo militar, eles também receberam noções de aferição de pressão arterial, teste de glicemia e dicas sobre doenças sexualmente transmissíveis. Militares do Rio de Janeiro, Brasília e Campo Grande também seguirão para o Haiti.


Fonte : Diario de Pernambuco

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